quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A entrevista do Presidente e o que ficou subentendido

Dos nossos jogadores mais cobiçados, Rojo, Slimani e William, o Rojo é o menos importante.

O Rojo é um cromo. No princípio da época passada ninguém dava um tostão furado por ele. O número de golos que o Sporting sofreu por culpa do seu posicionamento, de andar a correr atrás dos jogadores adversários para as laterais deixando a zona central em inferioridade numérica, de se esquecer de avançar ou recuar e deixar os avançados isolados.

Com o Jardim as coisas melhoraram e muito. Mas melhoraram e muito pelo posicionamento coletivo e, sobretudo, pelo William Carvalho. Passou a existir alguém que pela forma como se posiciona é um autêntico semáforo para o resto da equipa, com a vantagem de não deixar a zona central parecer um autêntico baldio.

O Rojo fez um Mundial sofrível, como aliás foi sofrível o Mundial da Argentina. Repetiu a lateral esquerdo o que fazia connosco a central. Pau sempre que necessário e, depois, aquela forma de jogar um pouco à maluca. Os golos em que participou são o sinal disso mesmo. As botas, o corte de cabelo, o ar determinado e empenhado, o ter jogado a final, valorizaram-no. Ainda bem.

Com o negócio que o Sporting fez com a aquisição do Rojo, nenhuma proposta de compra interessa. Por muito que paguem, a parte do Sporting mal chega para os gastos na sua aquisição. O que é que o Sporting pode fazer? Fazer valer os seus direitos desportivos e só vender quando alguém se chegar à frente da maneira certa. O Sporting não pode ganhar o que está previsto contratualmente. É preciso que alguém pague mais ao Sporting seja de que maneira for. Se para receber mais alguém tem que receber menos, que assim seja. Foi isto que disse, a meu ver, o Presidente na entrevista de ontem.


(A Direção do Sporting sempre soube que as saídas do Dier e do Rojo eram inevitáveis. Está a jogar com o tempo para ganhar o mais possível. Pelo caminho contratou três centrais para os substituírem. Espera-se que o Marco Silva faça com eles o que o Jardim fez com o Rojo ou com o Maurício. É para isso que lhe pagam)

6 comentários:

  1. Serei o primeiro a comentar, mas esse facto honra-me bem mais, que se acontecesse no meio de uma centena de comentários. O unanimismo, não me comove nem impressiona!...

    Subscrevo o pensamento de Rui Monteiro. Como quase sempre.

    SL

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  2. "A Direção do Sporting sempre soube que as saídas do Dier e do Rojo eram inevitáveis. Está a jogar com o tempo para ganhar o mais possível. Pelo caminho contratou três centrais para os substituírem. Espera-se que o Marco Silva faça com eles o que o Jardim fez com o Rojo ou com o Maurício. É para isso que lhe pagam"

    Isto. Nao li em mais lado nenhum mas parece-me uma evidencia. A vinda do Rabia pareceu-me (estarei errado?) ir sendo adiada para ficar cronometrada ao minuto com a saída do Dier.
    Com uma janela de transferencias que dura mais 2 ou 3 semanas, porque é que o Sporting ia agora precipitar-se já numa venda que de qualquer forma tem as condicionantes todas que tem?

    Se de entre Sarr, Oliveira,Tobias e Rabia um ou dois derem centrais tipo Rojo-Maurício já estaremos muito bem. Sem fundos para atrapalhar.

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    1. Meu caro,

      É evidente que a Direção do Sporting, com os poucos recursos que tem, acautelou estas duas saídas. No ano passado ninguém dava um tostão furado pelo Maurício e pelo Rojo. Foram uma excelente dupla. Compete ao treinador construir uma dupla de jeito como se fez no ano anterior.

      SL

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  3. Caro Rui,

    Não vi a entrevista e não sou fã do estilo do Presidente. Mas concordo consigo: manter William pode fazer a diferença; perder Slimani implica jogar de maneira diferente; Rojo já estava perdido desde que no mundial se valorizou muito acima do seu real valor, e a sua saída está a ser bem acautelada.

    Role mas é a bola que no final do dia será Marco Silva a mostrar se, mesmo partindo atrás na "grelha", consegue ou não aproveitar as aparentes fragilidades dos nossos adversários directos.

    SL,

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    1. Meu caro,

      Também não aprecio o estilo. O Rojo é o jogador mais facilmente substituível. Aliás, a defesa é uma coisa que se treina. Depende muito mais do treinador. O ataque é um pouco diferente. Aí as coisas dependem mais dos jogadores.

      SL

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